“Um fato gravíssimo! Um crime!”
Assim se expressou nossa fonte de Brasília. A constatação complica, irremediavelmente, Dilma Rousseff e vem agravar ainda mais sua relação com o Supremo Tribunal Federal, já abalada por tantas constatações e pelo que disse Lula no telefonema grampeado e liberado publicamente pelo Juiz Sérgio Moro, onde afirma que no Supremo são todos covardes.
Dilma já foi notificada pelo STF, através da ministra Rosa Weber, para esclarecer sobre seu discurso de “golpe” e deverá informar quem deu o golpe, como e porque não foi aberto nenhum processo jurídico, ao invés de repetir, irresponsavelmente, um discurso político sem base fundamentada, já que o processo do impeachment foi declarado legal pelo Supremo, votado e julgado sua admissibilidade pelo Congresso Nacional e Senado, acompanhando rigorosamente os ritos impostos.
Quanto a Lula, o que pesa sobre ele é algo que surpreende, até mesmo, os juízes mais experientes.
A Lava Jato tinha a certeza da espionagem desde dezembro do ano passado, o que levou o Juiz Sérgio Moro a tornar público as gravações que geraram farto material para a mídia e revoltaram a população, tornando as manifestações ainda mais ativas.
Sérgio Moro comprovou a existência do esquema de espionagem quando constatou que Lula sabia, com antecedência, da condução coercitiva que sofreu e que sua conversa com a presidente Dilma sobre nomeação para a Casa Civil havia sido gravada.
Uma empresa internacional de investigações que presta serviços no Brasil, apurou que foi a Abin que grampeou o gabinete do Ministro do Supremo a pedido do ex-ministro Ricardo Berzoini, a quem a agência se reportava desde outubro do ano passado, por determinação da presidente afastada, Dilma Rousseff.
Segundo nossa fonte, com toda certeza, os alvos de espionagem não se resumiram em Moro, Temer e Barroso. As investigações continuam. A inteligência mantém o alerta e o rastreamento de possíveis novas escutas, como a comprovada em telefones de Temer que já estranhava interferências em sua linha. Quando comentou o fato com outros membros do PMDB, ficou surpreendido com o mesmo relato por parte destes.
O diretor da Abin, Wilson Trezza, deixará, depois de oito anos, a Abin, que fica submetida ao general Etchegoyen, que por sua vez, reestruturará e renovará o quadro da inteligência, com a volta do GSI.
A descoberta, há cerca de duas semanas, de um grampo ambiental instalado sob a mesa do gabinete do ministro Luís Roberto Barroso confirmou as suspeitas que a equipe do presidente Michel Temer e membros da força tarefa da operação Lava Jato têm desde dezembro. “Foi a Abin que grampeou o gabinete do ministro”, revelou a dois senadores o tenente coronel André Soares, ex-agente da Abin ainda lotado na Presidência da República.
As consequências para Lula e Dilma serão duras. Existem pilhas de pastas com acusações e provas que nenhuma defesa será capaz de contestar juridicamente. Espera-se, tão somente, a conclusão do processo do impeachment para a inclusão de Dilma no mesmo destino que, até lá, Lula já terá enfrentado.
da Redação OEB
com fontes de Brasília e Curitiba
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por Mário Simas Filho