Silvinei Vasques, ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF), registrou em seu celular imagens de ditadores – como o alemão Adolf Hitler e o italiano Benito Mussolini –, imagens de armas e gravações do clã Bolsonaro. O conteúdo estava contido em um dispositivo apreendido pela Polícia Federal (PF) e disponibilizado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) no dia 8 de janeiro.
Os votos recebidos pelo aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também foram identificados com insultos e cobranças para que a PRF feche rodovias federais no dia do segundo turno das eleições de 2022.
O material retirado do celular contém indícios de que outras pessoas o entregaram a Silvinei Vasques. Não foram encontradas mensagens enviadas pelo ex-chefe da PRF. Esses indícios levaram a CPMI a concluir que ele tinha o hábito de deletar seus arquivos.
Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do dia 8 de janeiro.
A CPMI alegou que Silvinei Vasques violou sigilo fiscal, bancário, telefônico e telemático porque o ex-diretor da PRF mentiu para o colegiado. Porém, Nunes Marques, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o pedido. Segundo o ministro, o pedido da comissão é considerado “geral”, “abstrato” e ameaça a privacidade de Silvinei. Na prática, a medida impede que os deputados utilizem as informações recebidas no relatório final da comissão, que será votado nesta terça-feira, 17.
Entre as imagens registradas no celular estavam imagens em que Silvinei aparece segurando um escudo da PRF feito de zimbro e munições.
Durante as comemorações do 7 de setembro do ano passado em Brasília, também houve fotos de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O Tribunal Nacional Eleitoral (TSE) avaliou a atuação do então presidente naquele dia em três processos relativos à suposta promoção de sua candidatura na comemoração oficial do bicentenário da independência.
No dia 30 de outubro, dia do segundo turno das eleições de 2022, a informação do TSE na tela do celular cadastrado pelo TSE é que “quem impede a população de votar comete crime eleitoral” e as violações podem ser denunciadas ao TSE. O aparelho também encontrou vozes de interlocutores de Silvinei na PRF que fecharam a via naquele dia. “Vasques, Vasques… Sabemos que tem o dedinho seu a mando do Bostonaro…. pra fazer isso, né? Para ordenar os agentes da PRF ficar barrando, fingir blitz para segurar os nordestinos e impedi-los de chegar ao seus locais de votação. O Lula ganhando, vamos pedir sua exoneração. Positivo?” disse o homem.
Silvinei é investigado por bloqueios de estradas e improbidade administrativa no segundo turno das eleições de 2022, após anunciar voto público no ex-presidente Jair Bolsonaro. O ex-líder da PRF foi preso preventivamente em agosto de 2023 por decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Da Redação Estadobr.com
Fonte: Estadão
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