Além da resistência de parlamentares cautelosos com o verdadeiro objetivo do Projeto Lei contra o abuso de poder, que pode ser traduzido como “freio à Lava Jato”, a impopularidade que afetará, sem sombra de dúvida, votos em 2018, Renan Calheiros enfrentará, fatalmente, a “ira” do Ministério Público e Juízes quando chegar a sua hora de ser preso.
Eduardo Cunha enfrenta uma série de restrições à liberdade, entre outras razões, por ter tentado obstruir investigações da força-tarefa. Com o presidente do Senado não será diferente.
O povo já clama pela prisão de Renan, antes mesmo de perder o foro privilegiado e os parlamentares que deverão votar o projeto sabem o quanto poderá afetar sua aceitação o simples fato de votar sim por este atentado `magistratura, como afirma o Juiz Moro.
Os especialistas são unânimes em considerar o projeto errado, proposto na hora errada, promovido pelo político errado [acusado na Lava Jato].
Projeto de abuso de poder é ‘atentado à magistratura’
Juiz da Lava Jato defende importância de se estabelecer ‘salvaguardas para que ficasse claro que o alvo dessa lei não é a interpretação da magistratura a respeito do que significa o direito’, antes de aprovarem proposta encabeçada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)
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Após prender o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), o juiz federal Sérgio Moro, dos processos da Operação Lava Jato em primeiro grau, atacou nesta quinta-feira, 20, o texto do projeto de lei que altera as regras sobre abuso de poder de autoridades, em discussão no Senado, como sendo um “atentado à magistratura”. A proposta de lei foi desengavetada e voltou à discussão no Congresso, por ação encabeçada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) – investigado no escândalo de corrupção na Petrobras.
“É importante que se for realmente se pensar e aprovar esse projeto, que fossem estabelecidas salvaguardas para que ficasse claro que o alvo dessa lei não é a interpretação da magistratura a respeito do que significa o Direito. Do contrário, vai ser um atentado à independência da magistratura”, afirmou Moro.
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