Renan, num discurso "lulístico", critica a Lava Jato e participa da tentativa de golpe do caixa 2

Renan – tentativas de golpe, desmoralização e fuga das futuras condenações

O presidente do Senado, claramente temeroso por estar na lista da Lava Jato com inúmeras investigações, busca, num discurso aos moldes de Lula, desmoralizar a Força-tarefa Lava Jato.

Com isso, Renan enfrenta a reação da mídia que, em todas as inserções, grifam o fato dele ser um investigado em vários processos, deixando clara a razão de suas declarações e tentativas de aprovação de leis que amenizariam sua situação.

“A Lava Jato precisa acabar com esse exibicionismo, como vimos agora no episódio do ex-presidente Lula e em outros. Isso, ao invés de dar prestígio, retira prestígio do Ministério Público e obriga o Congresso Nacional a pensar numa legislação que proteja garantias individuais e coletivas”, disse o presidente do Senado Renan Calheiros.

No Congresso tramitam diferentes propostas relacionadas a investigações, como revisão da lei de delações e a nova lei de abuso de autoridade. Renan não chegou a citar nenhum projeto em específico para dar encaminhamento, mas prosseguiu com as críticas à Lava Jato e falou em “mobilização política”.

“É preciso de uma vez por todas investigar e fazer denúncias que tenham começo, meio e fim, que sejam consistentes e não fazer denúncias por mobilização política, porque com isso o País perde e as instituições perdem também”, afirmou.

Caixa 2 

Renan Calheiros negou ter participado de qualquer articulação para a votação do projeto que anistia o caixa 2, emenda à uma proposta de 2007 que foi colocada em votação na noite desta segunda-feira, na Câmara dos Deputados.

A MENTIRA DE RENAN

“Eu não fui informado do teor do que conteria essa proposta, sinceramente. Eu não sei de nada, o que se pretende, qual é o texto, se é eficaz, em que momento vai votar. Isso não chegou ainda ao Senado Federal”, afirmou Renan.

Mais cedo, deputados disseram que senadores participaram dos acordos para tentar votar o projeto na noite de ontem na Câmara. De acordo com fontes, Renan teria participado da articulação e, por essa razão, não abriu a sessão do Congresso Nacional, marcada para as 19h. O peemedebista negou e disse que chegou, inclusive, a ir ao plenário da Câmara e apenas não abriu a sessão do Congresso porque os deputados ainda estavam trabalhando.

O Golpe do caixa 2 teve a participação de Renan Calheiros e Rodrigo Maia

Renan Calheiros & Rodrigo Maia – o conchavo

A manobra realizada na noite desta segunda-feira para incluir na pauta o projeto de lei que poderia anistiar o caixa dois eleitoral – o uso de dinheiro não declarado à Justiça em campanhas – e que beneficiaria envolvidos na Lava Jato teve o apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do presidente do Senado, Renan Calheiros, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo.

Em reunião com parlamentares durante à tarde, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que estava ocupando a presidência interinamente, deu aval para a tramitação da proposta. A inclusão na pauta da Câmara também teve o aval do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que adiou sessão conjunta para acelerar a votação do tema.

Retirada da pauta

A reabertura da discussão do projeto de Lei 1210/07 revoltou parte dos parlamentares. Diante da pressão, o primeiro-secretário Beto Mansur (PRB-SP), que presidia os debates, retirou o projeto da pauta e encerrou a sessão. Os parlamentares afirmam que desconhecem quem incluiu o projeto na pauta.

da Redação OEB
com Estadão conteúdo