O que dizer de e para Michel Temer – General Paulo Chagas

Gen-Paulo-ChagasEm um regime de Presidencialismo de Coalizão, é cedo para dizer qualquer coisa em definitivo sobre o nosso Presidente “Tampão”, no entanto, no curto prazo em que o pudemos observar, guardadas as circunstâncias especiais da missão que lhe incumbe a Nação, ele já cometeu mais equívocos do que sugerem a prudência e a lógica!

Já sabemos que ele conhece muito bem o jogo político e que terá, necessariamente, que negociar a governabilidade com a matéria prima disponível no Legislativo. Afinal, foi por intermédio dessa matéria prima  que a Nação incumbiu-o da missão de frear o movimento descendente da economia e de restabelecer a confiança do mercado e os valores éticos e morais da cultura judaico cristã sob a qual foi formada a nacionalidade brasileira.

Terá, desde logo, que demitir os milhares de “comissionados” do PT que tentarão sabotar o seu governo, terá que enfrentar o boicote da oposição radical dos políticos bolivarianos em processo de defenestração da vida pública nacional e a ação paredista e destrutiva dos sindicatos, dos ditos “movimentos sociais”, do magistério e da conhecida “esquerda caviar”, cuja mentalidade chupista tornou dependente de um Ministério da “Cultura”, teta que lhes assegura os melhores vinhos franceses, os mais raros uísques escoceses e suas ricas vivendas na Europa e alhures.

Nestes aspectos, nos poucos dias em que está à frente do governo, Temer acertou ao reduzir a quantidade de Ministérios e ao recriar o Gabinete de Segurança Institucional, medida que reaproxima o poder militar do processo decisório e que redireciona o Serviço Secreto (ABIN) para os interesses estratégicos do Estado e não do partido no governo.

Por outro lado, em busca apressada pela governabilidade, desconsiderou a principal razão do processo de impeachment que lhe passou às mãos, ainda provisoriamente, as rédeas do governo e negligenciou da necessidade de distribuir cargos e missões apenas a pessoas de caráter e de conduta reconhecidamente ilibadas. Romero Jucá era só uma  questão de tempo. Outros virão à tona, porque este tipo de coisa boia. É o momento oportuno para puxar a descarga e corrigir o erro!

Mostrou fraqueza ao submeter-se às pressões de grupos cujos interesses nada têm a ver com as prioridades impostas pelo momento e, além de retroceder na decisão de extinguir o Ministério da Cultura, fez inoportuna escolha para a chefia da Secretaria de Direitos Humanos do Ministério da Justiça. Atitudes que não lhe proporcionaram o apoio desses grupos, mas que despertaram a desconfiança de parte dos que efetivamente estão tirando Dilma e o PT do poder.

Michel Temer e todos nós sabemos que a realização dessa conquista depende da sua determinação e das suas boas decisões neste e em todos o momentos do seu curto governo. Suas opções são, pois, acertar ou acertar!

Os equívocos e demonstrações de fraqueza ainda não comprometem o sucesso da missão, mas devem servir de alerta e de motivo de cobrança por parte do povo brasileiro e das autoridades esclarecidas e competentes que, hoje, mais próximas do poder, podem assessorá-lo com a franqueza e a objetividade necessárias.

Sair às ruas para dizer “Fora Temer” é fazer gol contra, assim como deixá-lo à vontade para decidir conforme o instinto demagogo e camaleônico do seu partido é negligenciar da consolidação das nossas conquistas e dar margem ao contra ataque do adversário.

Mal comparando, ele é o tipo de cavalo com o qual ninguém se sentiria seguro para participar de uma prova hípica, mas é o que nos coube no sorteio e do qual temos que conhecer, o quanto antes, as virtudes e os defeitos e, principalmente, saber impor-lhe a nossa vontade de superar as dificuldades da prova e de vencer!

Gen Bda Paulo Chagas