Lula estuda recuperação de imagem do PT, 2018 e oposição como quem não será preso

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O PT agiu como se fosse o poder até os últimos momentos de presidência e Lula age como se não fosse ser preso, mesmo sabendo que não há saída no que foi acusado e tudo que ainda virá contra ele.

Hoje (12), Lula deixou de ser o que nunca foi, ao ser exonerado da casa civil. Com isso, não há argumentos que permita sua proteção pelo STF e o Juiz Sérgio Moro esperava, apenas, por isso. Seus crimes [Lula] são claros e comprovados pela Lava Jato e o Brasil clama pela sua prisão.

Moro trabalha em silêncio e sempre surpreende a todos com suas diligências que faz a Polícia Federal sair de madrugada, tornando notícia logo no começo da manhã.

Um ponto em comum entre os petistas é o comportamento de quem nada deve e tudo pode planejar.

Com o volume de delações que citam Lula e Dilma é gigantesco, além das provas, já declaradas por procuradores, como cabais na Lava Jato.

Lula estuda estratégia do PT numa oposição agressiva para reconstruir imagem do partido e lançar candidatura para 2018

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já prepara uma dura oposição ao governo de Michel Temer. Lula avalia que é muito difícil a presidente Dilma Rousseff ser reconduzida ao cargo, após o afastamento de até 180 dias. Argumenta, porém, que o PT precisa rapidamente de uma bandeira para construir a narrativa do pós Dilma e aplainar o caminho rumo às eleições de 2018.

Abatido, Lula passou o dia desta quarta-feira, 11, no hotel onde costumava despachar, em Brasília, desde que sua posse na Casa Civil foi suspensa por decisão judicial. Conversou com senadores do PT e até do PMDB de Temer, além de integrantes de movimentos sociais.

Após 13 anos e 4 meses no poder, o PT volta para a oposição apostando no racha entre Temer e o PMDB do Senado, que já dá sinais de descontentamento em relação à montagem do ministério. A ordem é montar um grupo para esquadrinhar as primeiras medidas do presidente interino e desconstruí-las. O PT vai intensificar a luta política no Senado, já que o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), é antigo desafeto de Temer.

“Faremos uma oposição firme, mas não a que eles fizeram. Não vamos agir para provocar instabilidade econômica. Eles deram apoio à pauta-bomba e nós não vamos fazer isso”, disse o líder do governo Dilma no Senado, Humberto Costa (PT-PE). “Não deixaremos que se consume a perda de direitos sociais, que acabem com o pré-sal nem que privatizem a Caixa Econômica Federal”, emendou o senador Paulo Rocha (PA), líder do PT.

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Lula, na definição de quem esteve com ele, já está “com a cabeça no dia seguinte”. Toda a

estratégia está sendo preparada para reconstruir a imagem do PT e lançar a candidatura do ex-presidente, em 2018. Tudo depende, porém, do desfecho da Operação Lava Jato, já que ele está na mira da Polícia Federal e também do Ministério Público.

Em conversa com senadores, Lula disse ser simpático à ideia de um plebiscito para consultar se a população apoiaria antecipar as eleições presidenciais. A proposta chegou a ser defendida por Renan, para contrariedade de Temer.

Nos últimos dias do governo, Dilma desistiu de enviar uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) ao Congresso para encurtar seu mandato porque a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Sem Terra (MST) foram contra a ideia, sob o argumento de que a presidente, mesmo afastada, ainda pode retornar ao Planalto. O plebiscito popular em outubro, mês das eleições municipais, pode se transformar numa bandeira a ser empunhada pelo PT. O tema deve ser discutido na reunião do Diretório Nacional do partido, marcada para terça-feira, com a presença de Lula.

Será o primeiro encontro da cúpula petista após o impeachment de Dilma. O PT vai bater na tecla de que Dilma é vítima de um “golpe” de Estado e foi “apeada” do poder sem cometer crime de responsabilidade.

Mas, nos bastidores, dirigentes do partido observam que somente esse discurso não basta para a resistência. O PT quer que Dilma percorra o País e faça viagens internacionais para denunciar o “golpe”.

da Redação OEB
com Estadão conteúdo