Em reunião feita por videoconferência com Valeixo, chefes da PF de todos os Estados relataram que o tom da conversa foi de “despedida”. Valeixo é o braço-direito do ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, que ameaçou entregar o cargo.
O encontro é semanal e rotineiro entre os chefes da PF em todos os estados. Nele, Valeixo não cravou que estava deixando o posto e lembrou de outros momentos em que o presidente Jair Bolsonaro fez ofensivas ao seu cargo. Segundo fontes, o diretor-geral relatou já ter colocado o seu posto à disposição do ministro Sergio Moro. Valeixo lembrou ter dito que Moro “poderia tirá-lo se assim precisasse” e que “não iria ficar apegado ao cargo”.
A gestão de Valeixo divide opiniões entre os superintendentes. Há quem ache boa, há quem ache ruim e concorde com a troca sugerida pelo presidente. Quem defende Valeixo, conta o fato dele ter impedido interferências políticas na corporação e o fato de ter “acabado com o estrelismo e a exposição desnecessária da PF em operações policiais”.
Entre os nomes comentados pelos superintentendes para substituir Valeixo estão o delegado Fabiano Bordigon, atual diretor do diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen); Anderson Torres, secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, e Alexandre Ramagem, chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Mas, quem conhece Bolsonaro, sabe que nada pode ser previsto, em se tratando daquele que a cada dia pensa de uma forma, surpreendendo a todos com decisões e atos dos mais inesperados e, até mesmo, dos mais ilógicos, a exemplo da substituição.
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