Bolsonaro desafia o vírus, a Lei e comete inúmeras infrações, defendendo suas sandices de forma irresponsável

O irresponsável passeio de moto.
(Foto: Eduardo Anizelli/ Folhapress, PODER)

Promovendo aglomerações, num momento em que o coronavírus causa grande preocupação, Bolsonaro comete inúmeras infrações às Leis, subestimando o vírus que assola o país e a inteligência dos brasileiros, finalizando sua aventura irresponsável, com um discurso que só beneficia o avanço da pandemia e tenta encobrir os graves desvios de seus ministérios.

Motociclistas fizeram uma manifestação em apoio ao promotor desse ato irresponsável, Jair Bolsonaro, neste sábado, 12, em São Paulo.

Ele liderou a motociata e chegou à concentração na zona norte, circulou sem máscara, provocou aglomerações entre os apoioadores, muitos também sem o equipamento de segurança em meio à pandemia de coronavírus.

Foi multado por infringir a Lei, pelo não uso de máscara, juntamente com acompanhantes de sua equipe, circulou de moto, durante todo o manifesto, com placa coberta – uma grave infração de trânsito, utilizou um capacete do tipo coquinho, que não protege o maxilar nem possui viseira. O uso desse equipamento é proibido pela Resolução 453/2013 do Conselho Nacional de Trânsito. É considerado uma infração grave, sujeita a multa.

Os manifestantes, aguardavam o presidente, reunidos a pé no Ibirapuera e estendiam faixas contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e pedindo “intervenção militar”, com Bolsonaro no poder. Camisetas eram vendidas pelos ambulantes contendo frases de ordem pedindo o voto impresso. A repetição exata das manifestações antidemocráticas contestadas pelo Supremo Tribunal Federal e toda sociedade de bem.

Enfim, um verdadeiro show de infrações, desde as de trânsito, das Leis em vigor que tratam sobre distanciamento, uso de máscaras e tantas outras.

A Polícia Militar disponibilizou mais de 6 mil PMs para evitar impactos no trânsito do ato, além da preocupação da manifestação prejudicar o comércio neste 12 de junho, Dia dos Namorados, na quarta data mais importante para o setor no ano.

Os motoqueiros já revistados pela polícia e segurança do presidente, se mantinham sem máscaras, aglomerados. Alguns triciclos adaptados tocavam músicas em favor do presidente e jingles da campanha presidencial de 2018. Havia ainda a distribuição de panfletos em defesa das escolas cívico-militares e, em especial, do “voto impresso auditável”.

Foi, na verdade, uma manifestação de campanha eleitoral. A mesma campanha que vem desde 2018.

O ato foi divulgado também por parlamentares da base aliada ao presidente e grupos que, em São Paulo, vinham organizando protestos contra o governador João Doria (PSDB), uma bandeira do bolsonarismo radical.

A Polícia Militar paulista, que manteve conversas com o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ao longo da semana, reforçou a vigília de pontes e viadutos por onde a motociata passou, para evitar que objetos fossem arremessados nos manifestantes. No fim do ato, no Ibirapuera, dois drones seriam usados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para acompanhar o ato. Segundo informações da Secretaria Estadual da Segurança Pública, cerca de 6,7 mil policiais trabalham no acompanhamento da manifestação.

Além do aparato formal, ostensivo, montado com pessoal do Comando Militar do Sudeste, das polícias federal, militar e civil, Bolsonaro tem ainda um reforçado esquema de segurança próxima. O GSI conta com cerca de 40 agentes usando motos, infiltrados entre os motociclistas manifestantes. Isso, sem contar os batedores e os agentes do grupo regular da Presidência.

Uma campanha política totalmente bancada com dinheiro público, enquanto o desemprego, a fome e tantos outros problemas sociais permanecem sem esforço de resolução por parte do governo Federal.

Os esforços para minimizar as consequências dos resultados, cada vez mais comnprometedores da CPI do Covid, os escândalos de rachadinha, o contrabando de madeira e crescimento dos desmatamentos, sem mencionar tantos outros, continuam, com os brasileiros conscientes tentando se esconder do vírus que Bolsonaro busca espalhar, tornando-se o principal aliado da pandemia.

O encerramento do show de irresponsabilidades se deu com o esperado comício num caminhão de som, com a presença do ministro Salles, que foi ovacionado pelo presidente em sua defesa, tentando convencer o Brasil de sua capacidade e boas intenções, enquanto a verdade emerge, cada vez mais, num absurdo a olhos vistos.

Da Redação O Estado Brasileiro
Fonte: Estadão conteúdo e redação deste veículo.

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