Um total de sete senadores formam um bloco que solicitará, em plenário, a suspensão do julgamento de Dilma.
Embora não representativo em número, conta com nomes que podem ser considerados de peso e o ato poderá, eventualmente, causar uma tomada de tempo maior num desnecessário e inócuo debate que vai contra todos os anseios do povo, instituições e empresas brasileiras.
Revisado às 19:03h de 25-04-2016
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Senadores independentes vão pedir a Renan para suspender julgamento de Dilma
Argumento, que será apresentado na sessão que vai eleger a comissão do impeachment, é de que a presidente e o vice Michel Temer devem ser julgados juntos
BRASÍLIA – Na sessão prevista para eleger na tarde desta segunda-feira, 25, os 42 integrantes da Comissão Especial do Impeachment do Senado, um grupo de senadores independentes vai apresentar em plenário questionamento ao presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), para que suspenda o julgamento da presidente Dilma Rousseff até que a Câmara aprecie o pedido de autorização para processar o vice-presidente Michel Temer.
Os senadores defendem que presidente e vice sejam julgados conjuntamente. “Requeremos ao senhor presidente do Senado Federal o recebimento e acatamento a presente questão de ordem, para determinar a suspensão do julgamento do processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff até que haja pronunciamento da Câmara sobre a admissibilidade de denúncia por infração de mesma ordem praticada pelo vice-presidente. Ocasião em que se decidirá pela necessidade de julgamento em conjunto de ambas as autoridades”, diz o documento.
No questionamento, os senadores argumentam que Dilma e Temer são implicados nos mesmos fatos, não tendo justificativa para julgar o da presidente e procrastinar o do vice. Eles citam pesquisas com entrevistados que apontam que a maioria da população defende como solução para a crise política a realização de novas eleições.
Os independentes sustentam que, sem uma manifestação de Renan, é preciso sanar o “defeito” para não viciar de forma “absoluta e grosseira” o julgamento de Dilma. Para eles, uma ação dessas justificará o rótulo de golpe parlamentar. Dizem que não juntá-los é criar um “diferencial e uma suspeita” no procedimento.
Subscrevem o pedido os senadores João Capiberibe (PSB-AP), que fará o questionamento em plenário, Cristovam Buarque (PDT-DF), Lídice da Matta (PSB-BA), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Paulo Paim (PT-RS), Walter Pinheiro (sem partido-BA) e Roberto Requião (PMDB-PR).
Cunha. No pedido, o grupo disse que não defende Dilma, mas sim um julgamento justo e eleições diretas convocadas por plebiscito. Os senadores questionam o fato de o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ser inimigo declarado da presidente e, diante das acusações que lhe envolvem na Operação Lava Jato, ter admitido o pedido contra Dilma.
Eles afirmam que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de prosseguir com o pedido de impeachment contra Temer tem sido ignorada pela Câmara. “A Câmara vem negando-se a processar o vice por denúncia em crime conexo. O que naturalmente seria uma junção de processos para julgamento virou um ‘ela vai e ele não’, virou uma escolha de réus”, criticam os senadores, na questão de ordem.
“Não há como negar, o julgamento da presidente está sendo isolado e maquiavelicamente orquestrado sem igualdade de tratamento em relação ao vice-presidente”, completa o grupo, no pedido de 16 páginas. “São imprescindíveis o julgamento de ambos (Dilma e Temer) e dar uma decisão definitiva e com legitimidade para promover as mudanças que o País precisa”, destacou Pinheiro.
Reeditado/complementado 19:03h
Renan nega pedido de suspensão de julgamento de Dilma no Senado
Questão de ordem pretendia que processo de impeachment contra a presidente e contra Temer fossem apreciados conjuntamente
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu nesta segunda-feira, 25, rejeitar a questão de ordem apresentada pelo senador João Capiberibe (PSB-AP) que pretendia suspender o julgamento da presidente Dilma Rousseff pela Casa até que a Câmara aprecie o pedido de autorização para processar o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP). A intenção de Capiberibe, avalizada por um grupo de outros seis senadores, era garantir que o processo de impeachment contra Dilma e Temer fossem apreciados conjuntamente.