“As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.”
Pare tudo, dê uma pausa, veja apenas, agorinha, o que tenho pra dizer, meu amigo.
Os versos acima traduzem uma saudade imensa. São Fragmentos de um lindo poema de Gonçalves Dias, que se chama-se “Canção do Exilio”.
Saudade é uma das palavras mais presentes nas poesias de língua portuguesa. Ela descreve uma mistura dos sentimentos de perda: falta, ausência, distância, e de um amor.
Esse sentimento de perda dói, é como se perdêssemos um pedaço de nós, por exemplo? Quem já viveu longe do lugar em que nasceu sabe bem o significado dos fragmentos do poema acima. E esse é o ponto aqui.
Devo antecipar-se em dizer-te para que não espere tudo acabar. Não espere ter que se refugiar, ter que fugir desse lugar. Não é verdade que a saudade tem cura. Os defensores dessa loucura se esqueceram do mal, das dores, das noites sem sono, das lágrimas, das cicatrizes que marcam a vida para sempre de um ser que sente saudade, que teve que se exilar.
O tempo da cura é o tempo presente, é agora. O tempo que cura é o tempo de quem, na verdade, estiver se dedicando a resolver aquilo que lhe causa dor. Em outras palavras: atitude.
Disse Papa Francisco ao visitar a comunidade de Manguinhos no Rio de Janeiro, em 2013:
“A realidade pode mudar, o homem pode mudar. Procurem ser vocês os primeiros a praticar o bem, a não se acostumarem ao mal, mas a vencê-lo”.
O pontífice estava falando uma verdade. Se não tivermos a coragem de enfrentar o mal que estão nos infringindo, muito em breve, ou seremos refugiados dentro de nossos próprios lares, ou estaremos em fuga para as colinas, ou ainda, se tivermos sorte, refugiados em pátrias estrangeiras. Não dá para esperar a saudade nos fazer recitar por dias o poema de Gonçalves Dias.
Para cumprir o conselho do Papa Francisco temos que nos encher de coragem e refutar o mal que representa Lula, o ladrão e Bolsonaro, o miliciano. Do contrário… vai voltar navios.
Professor Lauro Fontes
Escritor e Analista Sociopolítico
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