Reaberto inquérito eleitoral contra Flávio Bolsonaro

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Além do peculato (rachadinha), o senador também passa a enfrentar a reabertura de inquérito eleitoral, que vem somar mais complicações e desgastes na já desgastada imagem da família Bolsonaro.

Senador Flávio Bolsonaro

O Conselho Institucional do Ministério Público Federal, rejeitou o pedido da defesa do senador para manter o arquivamento do caso e, em julgamento realizado nesta quarta-feira, determinou a reabertura de inquérito eleitoral contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) por suspeitas de falsidade ideológica eleitoral.

Trata-se da segunda investigação que pesa contra Flávio Bolsonaro. A primeira foi o caso de peculato (rachadinha) em seu gabinete de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio, concluída no mês passado com a denúncia contra o parlamentar sob acusação de crimes como peculato e organização criminosa.

O inquérito eleitoral investiga se ele omitiu os valores dos seus imóveis em declarações à Justiça Eleitoral e se houve lavagem de dinheiro nessas transações.

Em maio, o promotor eleitoral Alexandre Themístocles, do Ministério Público do Rio, pediu à Justiça Eleitoral o arquivamento do caso, confirmando posicionamento da Polícia Federal pela inexistência de indícios de crimes. Entretanto, em decisão proferida em 3 de junho, o juiz Flávio Itabaiana, titular da 204ª Zona Eleitoral e que também conduziu as investigações do caso da rachadinha, discordou do arquivamento e enviou o caso para a 2ª Câmara de Coordenação e Revisão da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A 2ª CCR entendeu que era necessário aprofundar as investigações e determinou que o caso fosse retomado. A defesa de Flávio Bolsonaro apresentou um recurso ao Conselho Institucional da PGR pedindo para que o arquivamento fosse mantido e o recurso foi julgado nesta quarta. Por unanimidade, os conselheiros decidiram que o inquérito contra Flávio deveria ser reaberto.

“O conselho institucional do MPF, no processo do item 8 da pauta, à unanimidade, decidiu pelo desprovimento do recurso para manter a decisão da 2ª CCR que não homologou o arquivamento para determinar, no entanto, que os autos sejam restituídos ao procurador regional eleitoral com atribuição para designação do procurador que atuará no feito de ali por diante”, disse a subprocuradora-geral da República Célia Delgado.

Flávio declarou, em 2014 e 2016, ser proprietário de um apartamento no bairro de Laranjeiras, mas atribuiu valores diferentes para o mesmo apartamento em cada ano. Ele declarou, em 2014 o imóvel com valor de R$ 565 mil, quando disputou a reeleição na Alerj e quando disputou a prefeitura carioca em 2016 ele declarou R$ 423 mil — metade do patrimônio, que no total teria R$ 846 mil.

Portanto, por mais que o seu pai, o presidente Bolsonaro, tente acobertar ou minimizar os crimes, mesmo usando de práticas que o envolva em mais complicações, os processos estão andando e especialistas avaliam que será uma questão de tempo e, provavelmente, pouco tempo, para que as inevitáveis consequências se mostrem.

Da Redação O Estado Brasileiro
Fonte: Estadão conteúdo / G1