Procurador vai até Bangu 8 na apuração do inquérito de vazamento da Operação Furna da Onça
O depoimento de Fabrício Queiroz se deu na Zona Oeste do Rio de Janeiro, no complexo penitenciário de Bangu.
A busca de detalhes do suposto vazamento da operação, que beneficiou Jair Bolsonaro nas eleições de 2018, foi denunciado pelo empresário Paulo Marinho, apoiador do atual presidente na campanha eleitoral.
O procurador da república que tomou o depoimento pertence ao Grupo de Controle Externo da Atividade Policial do MPF.
É o segundo depoimento de Queiroz, desde que foi preso em Atibaia em 18 de junho, na casa do então advogado de Flávio Bolsonaro, Frederick Wassef.
Queiroz já foi ouvido pela Polícia Federal no último dia 29, que apura o mesmo vazamento, quando Queiroz disse não ter tido informações privilegiadas da operação. Também disse que pediu a exoneração e não que foi exonerado por Flávio, afirmando que o fato nada tem com a informação do então deputado saber da operação com antecedência, por isso o teria demitido de seu gabinete. Também disse que pediu a exoneração porque estava cansado e com problemas de saúde, mas nada explica a exoneração de sua filha na mesma data.
A prisão de Queiroz se deu pela suspeita dele tentar atrapalhar as investigações no caso das “rachadinhas” no gabinete de Flávio Bolsonaro.
A Operação Furna da Onça teve como alvo parlamentares da Alerj e investigou o suposto pagamento de propina aos deputados, com valores mensais que variavam entre R$ 20 mil e R$ 100 mil — além de cargos — para votar de acordo com o interesse do governo. O esquema teria movimentado pelo menos R$ 54 milhões, segundo a PF.
Na denúncia apresentada pelo empresário Paulo Marinho, ex-aliado da família Bolsonaro, ele alegou que Flávio Bolsonaro foi avisado com antecedência sobre a investigação sigilosa, porque ela também iria atingir funcionários do gabinete dele na Alerj. Foi durante a Furna da Onça que os investigadores chegaram ao nome de Queiroz, suspeito de administrar um esquema de “rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro.
Com prisão, também decretada, a mulher de Queiroz, Márcia Oliveira de Aguiar, está foragida. Ambos foram assessores do deputado Flávio Bolsonaro e Márcia atuou no mesmo por 10 anos, embora tudo indica que ela não comparecesse no gabinete, exercendo outra atividade fora.
O MPF tem provas que remetem ao esquema da “rachadinha” e da coordenação de Queiroz e que Márcia participou do esquema, na Alerj – Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, com lista de transações em espécie e outros fortes indícios.
Com todos estes fatos, tudo indica que Flávio Bolsonaro deverá voltar para a primeira instância, onde tornará a ter o Juiz Itabaiana em seu caminho.
Fonte: Globo, G1
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