Polícia Federal – Fernando Pimentel, governador de Minas e o empresário Marcelo Odebrecht são indiciados
A grande vitória do PT foi a eleição de Fernando Pl para o governo de Minas Gerais.
Isso provocou uma grande votação para Dilma naquele Estado e o partido festejou na época.
Agora, como todo petista, Fernando Pimentel é indiciado mais uma vez e cai por terra tudo o que foi realizado em nome da corrupção, graças as mudanças que o Brasil assiste no combate à corrupção.
A Polícia Federal indiciou o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e o empresário Marcelo Odebrecht por corrupção no âmbito da Operação Acrônimo. Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, o indiciamento foi feito há três semanas. No entanto, a informação só veio à tona nesta quinta-feira, quando a PF deflagrou uma nova fase da operação, que apura desvios de dinheiro público para campanhas eleitorais e liberação de financiamentos do BNDES para obras no exterior.
O indiciamento foi autorizado pelo ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O caso será analisado agora pelo vice-procurador-geral da República, José Bonifácio Borges de Andrada, que decidirá se os dois serão denunciados.
Já havia provas para o indiciamento. A PF mapeou o caminho do dinheiro desviado do Ministério da Saúde para a campanha de Pimentel. Pelo menos R$ 1 milhão teria saído dos cofres da Saúde para o petista. A polícia também destrinchou a obtenção de financiamento do banco de desenvolvimento pela a Odebrecht.
Pimentel e Odebrecht
Segundo investigação da PF, um ex-diplomata cedido ao Ministério da Fazenda era o considerado peça-chave para desenrolar os empréstimos da Odebrecht no BNDES, de acordo com as informações apuradas pelos investigadores até agora. Álvaro Luiz Vereda Oliveira – que tinha função na Secretaria de Assuntos Internacionais da Fazenda – teria recebido vantagens indevidas da construtora para viabilizar empréstimos junto ao BNDES no exterior. A atuação foi, principalmente, para financiar a atuação em Angola, Cuba, Gana, na República Dominicana, no Panamá, e no México.
Contratos e ordens de serviço mostram, segundo essas fontes, uma relação entre a construtora e a empresa DM Desenvolvimento de Negócios Internacionais LTDA. A empresa foi aberta em 18 de julho de 2010 e prestava consultoria técnica e assessoria relacionadas a estrutura de crédito à exportação. Os investigadores apreenderam contratos assinado por Álvaro e João Carlos Mariz Nogueira, diretor da Odebrecht.
Álvaro, depois de ter atuado na secretaria internacional da Fazenda, responsável por atualizar as garantias de crédito internacionais, passou a fazer parte dos quadros da DM. Chamou a atenção dos investigadores o fato de um pouco menos de um mês após ele ter deixado a Fazenda ter sido celebrado contrato milionário entre a recém-criada DM e a Odebrecht com liberação de empréstimos de US$ 3 bilhões do BNDES.
A DM foi aberta no dia 25 de março de 2010 e tinha como sócios Victor André Lopes da Costa cruz e José Andres Lopes da Costa Cruz. Essas pessoas foram retiradas da sociedade aproximadamente dois meses depois e Álvaro Luiz foi incluído como sócio juntamente com Luciano seu irmão. Pela quantia liberada, a DM teria recebido a quantia de US$ 7,6 milhões.
O advogado Eugênio Pacelli, responsável pela defesa do governador, minimizou o indiciamento de Pimentel. Segundo ele, “indiciamento é ato de convencimento da autoridade policial, e não tem qualquer outra consequência”. Pacelli também criticou a oitava etapa da Operação Acrônimo. Para o advogado, as buscas e conduções coercitivas estariam se repetindo em determinadas datas com o objetivo de impressionar a opinião pública e pressionar o STJ a abrir processo contra Pimentel.
— Isso vai me revirando o estômago. A cada véspera de julgamento no STJ (sobre a competência do tribunal para abrir processo contra o governador) tem uma operação. É uma tentativa de chamar a atenção da opinião pública e influenciar o STJ. É uma manipulação sem fim — disse Pacelli.
Na próxima semana, a Corte Especial do STJ deverá retomar a votação sobre a competência do tribunal de abrir processo contra o governador de Minas Gerais sem autorização prévia da Assembleia Legislativa. A questão já entrou em pauta pelo menos três vezes. Na última delas, foi suspensa por um pedido de vista do ministro Napoleão Nunes Maia Filho.
PIMENTEL
Numa outra frente, os investigadores da operação Acrônimo identificaram um caminho para que os recursos do Ministério da Saúde chegassem à campanha de Fernando Pimentel. Eles passavam pela Gráfica Brasil, cujo dono é Benedito Rodrigues de Oliveira Neto. Ele assessorou Pimentel na campanha e fechou delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF). Nos depoimento, Bené contou o trâmite dos recursos.
Segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, Bené pagou propina para fechar contratos e receber recursos. Parte do dinheiro dos contratos abasteceu a campanha do governador mineiro.
De 2012 a 2014, o Ministério da Saúde realizou – por meio de pregão eletrônico número 294/2012 – uma contratação superfaturada da gráfica Brasil, de acordo com a apuração da operação. Para isso, Bené confessou que pagou R$ 1,35 milhão de propina a servidores. Segundo o empresário, Bené entregava o dinheiro para o então secretário de Assuntos Administrativos da Saúde Marcos José Pereira Damasceno.
Num dos casos, Bené tinha uma fatura de R$ 5 milhões pendente de pagamento no Mistério da Saúde. Ele recebeu a visita de Alfredo José de Morais Júnior, representante de Damasceno, o qual teria pedido 5% do valor do faturamento da gráfica Brasil junto ao Ministério da Saúde. A propina seria dividida entre os dois. Bené negociou e afirma que ajustou percentual para 3%. O dinheiro era entregue em espécie na casa do Alfredo na 213 norte, uma quadra da área nobre de Brasília. Bené narra ainda na sua delação que distribuiu muito mais dinheiro. Deu R$750 mil a dois servidores da Saúde chamados Marcos e Andréia para ter outros serviços e não ser importunado.
BENÉ BENEVOLENTE
O que mais chamou a atenção dos investigadores foi a relação com a servidora Gilnara Pinto Correa.Depois de perder a função na secretaria de administração da Saúde, em 2013, ela procurou Bené e pediu R$ 200.000 para resolver problemas financeiros. Ao Ministério Público, Bené disse que, como ela sempre prestou bom serviço, ele deu o dinheiro e ainda conseguiu a nomeação dela como coordenadora-geral de materiais e patrimônio do Ministério da Saúde.
Ela ficou responsável por assinar pregões eletrônicos realizadas. Logo a gráfica Brasil conseguiu um contrato para análise algumas notas fiscais e ordem de serviço. Ela subcontratou a empresa Esdeva Indústria Gráfica Ltda e mesmo assim obteve um lucro considerado “exorbitante” pelos investigadores. O sócio dessa empresa, André Freitas Neves, é amigo de Bené. E, por meio dessa gráfica, realizou doação de R$ 1 milhão para campanha de Fernando Pimentel.
ENTENDA A OPERAÇÃO
A Operação Acrônimo teve início em maio deste ano e mirou empresários que doaram para partidos políticos na campanha de 2014. O principal alvo foi Benedito Rodrigues de Oliveira, o Bené, dono de gráfica em Brasília, uma das quatro pessoas presas na primeira ação.
Entre as medidas determinadas pela Justiça Federal, esteve o sequestro de um bimotor turboélice King Air, avaliado em R$ 2 milhões, de propriedade do empresário, que é ligado ao PT.
A mesma aeronave havia sido apreendida durante a campanha com R$ 116 mil. Marcier Trombiere Moreira havia sido detido em 2014, ao descer da aeronave, e voltou a ser preso na Operação Acrônimo. Trombiere é ex-funcionário do Ministério das Cidades, mas pediu exoneração ano passado para atuar na campanha de Fernando Pimentel.
Bené foi solto 12 horas depois após pagar uma fiança de R$ 78 mil. Ele havia sido preso em flagrante por formação de quadrilha, mas a Polícia Federal não esclareceu o que o empresário estava fazendo no momento da prisão.
Em junho, relatório sigiloso da PF acusou Pimentel de prática de possíveis atos de corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa supostamente chefiada por Benedito Oliveira. Entre os indícios de corrupção, a PF informa que o empresário pagou despesas com transporte e hospedagem do governador e da mulher dele, Carolina Oliveira, no Maraú Resort, numa praia da Bahia, entre 15 e 17 de novembro de 2013, quando Pimentel ainda era ministro do Desenvolvimento.
A PF também investiga pagamentos realizados por sindicatos mineiros a pessoas ligadas ao governador mineiro. A suspeita é de que os pagamentos ocorreram com o intuito de beneficiar diretamente o petista, em troca de vantagens no governo estadual.
da Redação OEB
com O Globo
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