O uso político, por parte de Bolsonaro, da pandemia e sua suposta contaminação, é fonte de preocupação da OMS, segundo fontes de dentro daquele órgão internacional.

A manipulação do caso, reforçando sua negação a gravidade do surto e sua fixação na hidroxicloroquina, que se tornou uma “aliada” na campanha para o uso dessa medicação, a qual foi produzida em excesso no Brasil, após a compra inexplicada de uma fortuna de insumos para essa produção, sem qualquer embasamento científico.
Pelo contrário, a medicação foi abandonada por entidades científicas de todos os países que a pesquisaram, após comprovarem sua ineficácia e priorizarem fórmulas que realmente provaram servirem como coadjuvante no tratamento, em estágios específicos da doença.
A percepção da cúpula da OMS é que o “grande erro” do Brasil ao lidar com a crise foi a “politização do vírus“. Isso atrasou o reconhecimento de sua gravidade, orientou as decisões e pautou o governo.
- O incentivo as pessoas a saírem do isolamento, o relaxamento dos cuidados devidos, já está sendo promovido com o comportamento negacionista do presidente, afirmando, inclusive, que se trata de “uma chuva” e que todos vão se submeterem a ela, como algo normal e sem qualquer perigo ou gravidade.
- A enganosa propaganda da cloroquina, comprovada cientificamente quanto aos seus riscos no uso sem controle e passando a falsa sensação de segurança quanto ao uso. Bolsonaro ao afirmar que está se tratando com o remédio, coloca em grande risco aqueles que acreditarem em sua eficácia. Ainda chegou a afirmar que sua eficácia é de praticamente 100%, o que é um grande absurdo, aceito pelos desavisados ou que preferem acreditar no leigo que contraria a comunidade científica do mundo inteiro.
- O relaxamento e até a indiferença aumentada, por parte da população e a adesão a mesma negação do presidente, pode levar muitos milhares a morte, através do contágio descontrolado, mais descontrolado do que já está no país. Este país que perde, cada vez mais a credibilidade perante a comunidade internacional, graças ao comportamento irresponsável de seu dirigente, não só no que diz respeito a pandemia.

Na terça-feira, Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, insistiu que a situação no Brasil não é boa e mandou um recado claro. “Precisamos ser sérios”, disse. “É importante entender a gravidade desse vírus”; disse. “Nenhum país está imune, ou seguro, e nenhum indivíduo está a salvo”, insistiu.
“Ninguém é especial nesse aspecto. Todos estamos potencialmente expostos ao vírus e o vírus não sabe se somos príncipes ou pobres. Somos todos vulneráveis”, afirmou. “O que mostra é nossa vulnerabilidade coletiva a essa doença”, afirmou.
INFECTADO, BOLSONARO MANTÉM DESDÉM AO CORONAVÍRUS
Da redação OEB
com UOL
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