Blogs de segunda categoria que inventam notícias, distorcem e criam factoides, causam sérios problemas de comunicação e atingem pessoas e instituições sérias. Estes, começam a ser catalogados e responderão pelas irresponsabilidades que cometem.
Dessa vez, a confusão afetou o Ministério Público ou, mais precisamente, os procuradores e a Força Tarefa Lava Jato.
Reproduzimos, abaixo, matéria que, por uma solicitação especial, passamos a divulgar e deverá ser viralizado, para que se desfaça a mentira de uma vez por todas.
Celso Brasil
O Estado Brasileiro
Frase sobre Lula não foi dita por procurador, mas inventada por blog
Reprodução
Site publicou texto com o título: “Não temos como provar, mas temos convicção”, entre aspas, com a foto de um dos procuradores. Daí surgiu a confusão.
Muita gente ficou revoltada com uma frase atribuída a procuradores da Operação Lava Jato, sobre o ex-presidente Lula: “Não temos como provar, mas temos convicção”.
Na internet, a sentença foi atribuída a duas pessoas diferentes: Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa, e Roberson Pozzobon.
Acontece que nenhum dos integrantes do Ministério Público disse a frase durante a exposição do caso, na quarta (13). Você pode conferir a apresentação completa neste vídeo:
A frase, na verdade, foi usada como título de um texto no site Conexão Jornalismo, publicado às 17h39 da própria quarta.
No post do Facebook, a sentença é atribuída a um “procurador federal”, mas o site não cita nomes. A foto que acompanha o texto e a postagem é do procurador Roberson Pozzobon.
Minutos após a publicação, o título foi editado e a frase foi colocada entre aspas — o que contribuiu para a confusão.
Rapidinho, usuários do Twitter começaram a atribuir a frase tanto a Pozzobon como a Dallagnol. Este tuíte, das 17h58, é um dos primeiros a citá-la:
Em pouco tempo, a coisa se espalhou.
A frase é uma mistura de trechos das apresentações feitas por Dallagnol — que mencionou “convicção”, mas não “provas” — e por Pozzobon — que citou “provas”, mas não “convicção”.
Ambas as expressões foram tiradas de contexto.
Dallagnol citou “convicção” em dois momentos. Em ambos, ele explicava que o conjunto de provas — que inclui delações, depoimentos e documentos — forma a “convicção” de um fato ou hipótese.
No início da apresentação:
Provas são pedaços da realidade, que geram convicção sobre um determinado fato ou hipótese. Todas essas informações e todas essas provas analisadas como num quebra-cabeça permitem formar seguramente, formar seguramente a figura de Lula no comando do esquema criminoso identificado na Lava Jato.
E ao final, ao ser questionado por jornalistas:
Dentro das evidências que nós coletamos, a nossa convicção, com base em tudo que nos expusemos, é que Lula continuou tendo proeminência nesse esquema, continuou sendo líder nesse esquema mesmo depois dele ter saído do governo.
Pozzobon, por sua vez, ficou responsável por explicar como Lula teria praticado lavagem de dinheiro. Ele citou a expressão “prova cabal” para dizer que o ex-presidente não é dono do tríplex no papel — mas, mesmo assim, é dono de fato do imóvel. Ele disse:
“Precisamos dizer desde já que, em se tratando da lavagem de dinheiro, ou seja, em se tratando de uma tentativa de manter as aparências de licitude, não teremos aqui provas cabais de que Lula é o efetivo proprietário no papel do apartamento, pois justamente o fato de ele não figurar como proprietário do tríplex, da cobertura em Guarujá, é uma forma de ocultação, dissimulação da verdadeira propriedade”, afirma o procurador.
Créditos:
Matéria reproduzida – BuzzFeed.com
www.buzzfeed.com/alexandrearagao/provas-conviccao-lula-lava-jato?utm_term=.cxnq19voYX#.sqAy3dl2KG
publicado 15 de setembro de 2016, 5:06 p.m.
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