Na Lava Jato, Lindora Araujo é vista com suspeição pelos colegas de força-tarefa e coleciona polêmicas com eles.
O “braço direito” do procurador-geral Augusto Aras, Lindora foi motivo de um ofício por parte da força-tarefa em Curitiba na semana passada. Na última quinta-feira (25), a equipe da capital paranaense acionou a corregedoria do MPF relatando que a subprocuradora teria feito uma manobra ilegal ao copiar bancos de dados sigilosos de investigações em sua visita.
O MPF (Ministério Público Federal) abriu uma sindicância para apurar a visita da subprocuradora-geral Lindora Araújo à força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Lindora é responsável pela operação na PGR (Procuradoria-Geral da República) desde janeiro e virou pivô de uma crise na Lava Jato, que já culminou na saída de três integrantes do grupo de trabalho na PGR.
Sindicância foi instaurada para apurar os fatos relatados pela força-tarefa da Lava Jato de Curitiba. A corregedora-geral do MPF, Elizeta Maria de Paiva Ramos, determinou a abertura do processo. Os episódios serão apurados, segundo Elizeta, tanto pela “ótica do fundamento e formalidades legais da diligência quanto da sua forma de execução”.
Além de braço direito do Procurador Geral da República Augusto Aras, segundo o jornalista Noblat, em seu blog, afirma que se trata de uma amiga muito próxima de Flávio Bolsonaro. A mesma recebe ligações deste e não esconde a informação de quem está ligando, diz ele.
A subprocuradora Lindora Araújo, responsável pela Operação Lava Jato na PGR (Procuradoria-Geral da República), está no centro de uma celeuma com integrantes da força-tarefa nessa semana após uma tentativa de acesso a provas e documentos sigilosos em Curitiba.
Considerada “braço direito” de Aras e pessoa de sua confiança, é ela que comanda também outra investigação sensível na PGR, sobre irregularidades na compra de respiradores e outros itens para combate à covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, nos estados e municípios.
Controversa, a investigação mirou até agora adversários políticos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), como os governadores do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC-RJ), e do Pará, Helder Barbalho (MDB-PA). A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), aliada do presidente, chegou a adiantar a uma rádio que operações da PF sobre o tema iriam acontecer em breve.
Na quinta-feira (25), a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba enviou um ofício à corregedoria do MPF (Ministério Público Federal) relatando que Lindora realizou manobra ilegal para copiar bancos de dados sigilosos de investigações de maneira informal e sem apresentar documentos ou justificativa.
“Também não foi formalizado nenhum ofício solicitando informações ou diligências, ou informado procedimento correlato, ou mesmo o propósito e o objeto do encontro. Além disso, não informou se a diligência era de natureza administrativa, correicional ou finalística”, escreveram os procuradores.
Recentemente, mandou parecer ao tribunal defendendo a federalização da investigação da morte da ex-vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes.
O assassinato ocorreu em março de 2018 e o caso até agora não foi encerrado. A polícia suspeita do envolvimento de milicianos no crime. A família de Marielle é contra a federalização.
Lindora Araújo era um dos nomes mais próximos do PGR na disputa por uma das vagas do Conselho Superior do Ministério Público Federal, no entanto, depois de tanto desgaste, retirou sua candidatura.
Depois da declaração do presidente Bolsonaro, na reunião ministerial, onde afirmou que intervem nos ministérios, levou a crer que a PGR também está nessa lista. O PGR Aras tem se mostrado defensor do presidente e as suspeitas de que se uniram para investigar a Lava Jato, como já afirmou publicamente seus membros, tornam-se fundamentadas.
O ex-ministro Sérgio Moro espera o desenrolar de todos os acontecimentos que, aos poucos, vão mostrando claros sinais de que, tudo que afirmou, a cada dia se fundamenta mais.
Fonte: Blog do Noblat – UOL – Folha
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