Defesa se livra do que poderia vazar e comprometer ainda mais a reputação das Forças Armadas.
Para não se ver enrolado, o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio de Oliveira, pediu autorização ao ministro Edson Fachin, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para divulgar o documento criado por seu subordinado, general Heber Garcia Portella, sobre as urnas eletrônicas.
O ministro Paulo Sérgio citou no documento encaminhado ao TSE, o interesse do deputado bolsonarista Filipe Barros (PL-PR) pelos papéis, mas o fez para se dissociar de um eventual vazamento, o que o comprometeria.
O Exército prevê que os atritos na Praça dos Três Poderes causam degradação da imagem da Força Terrestre. E a atuação do ministro passou uma mensagem de normalidade institucional para se dissociar dos movimentos do deputado bolsonarista.
Claro estava que o Planalto queria que a documentação fosse publicada para servir de base para os argumentos do deputado e do presidente Jair Bolsonaro, que se encontra atrás de Luiz Inácio Lula da Silva e por isso voltou a questionar as urnas. Bolsonaro e seu entorno sabem que não basta criticar os institutos que promovem a transparência na votação.
Já no ano passado, o ex-ministro do STF e da Defesa Nelson Jobim definiu a narrativa bolsonarista de fraude eleitoral como bobagem e “discurso de derrotado” e agora é exatamente onde Bolsonaro se encontra, se nada mudar.
Todas auditorias comprovam a segurança das urnas e a investigação não encontrou falhas no sistema, mas trechos dela foram usados pelo presidente em uma operação para pôr em dúvida o sistema, o que repercute em outros países, chegando até a CIA que aconselhou o presidente e seus ministros e outros presentes à reunião realizada em Brasília, para que não coloque em dúvida a segurança e legalidade do sitema eleitoral brasileiro, exemplo para muitos outros países.
O presidente Jair Bolsonaro e o deputado Filipe Barros (PL-PR) afirmam que invasão hacker teria afetado urnas eletrônicas em 2018 e Bolsonaro repete constantemente que venceu no primeiro turno e foi vítima de uma fraude que tentou tirá-lo da corrida presidencial na época.
O deputado Felipe Barros tinha mais uma vez o obstáculo do sigilo para poder passar a mão na papelada da Defesa, pois o general Heber tinha decretado sigilo em trechos de seu documento, alegando que as informações podiam pôr em risco as instituições. O general decidiu que sete pontos de sua resposta deveriam permanecer em sigilo por cinco anos e, por isso, classificou o documento como de caráter reservado, não tendo acesso o deputado que agora queria ter esses documentos em seu poder.
Caso Bolsonaro ou Barros aparecessem em uma live com o papel do general, seria uma flagrante reincidência criminosa.
Agora, o Ministro Fachin já respondeu ao Ministro da Defesa as tão cobradas perguntas das Forças Armadas e, pasmem, o que mais repercutiu foram os equívocos nas questões, que por sua vez, afirmavam inverdades, coisas não comprovadas e que mereceram o “as Forças Armadas estão mal informadas”.
Foi Bolsonaro que sugeriu para que as Forças Armadas fizessem uma apuração paralela, como quem pudesse intervir no Tribunal Superior Eleitoral, como já o fez na maioria das instituições de Estado, onde o Executivo jamais poderia se envolver, como é de praxe do atual governo.
Da Redação O Estado Brasileiro
Fonte: Estadão
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