“Governo Central fechou 2015 com o maior déficit primário da história, de quase R$ 115 bilhões”, diz o ministro Henrique Meirelles, depois do presidente Michel Temer preparar o Brasil, através de pronunciamento, para medidas impopulares, o que significa aumento ou criação de novos impostos.
Os governos petistas deixaram o País com um rombo inadministrável e sem saída para qualquer outro presidente e equipe que assumisse esse legado, chamado popularmente de “herança maldita”.
Temer e sua equipe não conseguem encontrar outra saída, a não ser repassar o “custo Brasil” para os seus habitantes.
Em suas declarações preparatórias para as medidas, o presidente interino disse não ter pretensões políticas e, por isso, não teme as medidas.
Qualquer um que assumisse o executivo e tentasse soluções para a situação crítica em que se encontra a Nação, não poderia “sonhar” com lucros políticos. A não aceitação de cabides em ministérios e outros órgãos, além das anunciadas e necessárias medidas, impedem o presidente de projetar um continuísmo nos planos, pois as medidas nada populares serão inevitáveis. Com isso, o governo passará pela primeira e verdadeira prova de fogo, dando à oposição, mais munição para críticas.
Brasíl, aí vem mais impostos, arrocho e crise, lembrando que o antídoto do veneno é gerado pelo próprio veneno.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, informou hoje (5), após reunião com o presidente interino Michel Temer, no Palácio do Planalto, que a meta fiscal estimada pelo governo para o ano que vem será divulgada até quinta-feira (7).
“Hoje não”, respondeu Meirelles ao ser questionado por jornalistas sobre a aguardada divulgação da meta de 2017, que deve revelar se o governo interino pretende aumentar ou criar impostos para reduzir o déficit. Ao sair da reunião com Temer, ele afirmou: “Certamente devemos anunciar até quinta-feira os cálculos todos”.
O Governo Central (Previdência Social, Tesouro Nacional e Banco Central) fechou 2015 com o maior déficit primário da história, de quase R$ 115 bilhões, ou 1,94% do Produto Interno Bruto (PIB). Este ano, a equipe econômica da presidenta afastada Dilma Rousseff pretendia reduzir esse déficit para R$ 96 bilhões.
Em uma de suas primeiras medidas ao assumir a Presidência, contudo, Michel Temer conseguiu a aprovação pelo Congresso de um déficit fiscal ainda maior, de R$ 170,5 bilhões. A expectativa é que no ano que vem o Brasil consiga reduzir esse número.
“Vamos divulgar a meta menor possível, porém a realista e crível”, afirmou Meirelles. Ao ser questionado se o governo interino trabalha com a hipótese de aumentar ou criar impostos, o ministro respondeu: “Estamos considerando”.
Para o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, repetir os R$ 170 bilhões deste ano seria um sinal positivo o suficiente para o mercado, embora a equipe econômica defenda algo em torno de R$ 150 bilhões.
“No momento em que ela for calculada, será anunciada”, disse Meirelles, sem querer antecipar o valor. Ele negou desentendimentos internos. “Não ha uma divergência, o que existe foi simplesmente a manifestação legítima de uma opinião do ministro Padilha sobre a meta.”
Michel Temer dará a palavra final sobre a cifra, que não é consenso entre a equipe econômica do governo interino, com quem ele esteve reunido ontem (4). Nesta tarde, Temer tem reunião marcada com o deputado Arthur Lira (PP-AL), presidente da Comissão Mista do Orçamento (CMO).
da Redação OEB
com Agência Brasil
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