Mais evidências de que a variante da África do Sul pode escapar dos anticorpos

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“Uma terceira variante identificada no Brasil compartilha muitas mutações com B.1.351 e deve se comportar de forma semelhante”.

Nova variante do coronavírus

O tratamento com anticorpos monoclonais feito pela Eli Lilly é impotente contra uma variante do coronavírus descoberta na África do Sul, de acordo com um novo estudo publicado online na terça-feira .

Além disso, um dos dois anticorpos monoclonais em um coquetel de tratamento feito pela Regeneron também é significativamente menos eficaz contra essa variante, embora a combinação ainda funcione, relataram pesquisadores da Universidade de Columbia.

As descobertas ressaltam as preocupações crescentes de que, por causa de novas mutações em seu material genético, esta variante, chamada B.1.351, pode ser capaz de resistir aos anticorpos contidos nesses tratamentos e talvez aqueles criados pelo corpo após a vacinação.

O Dr. David Ho, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Columbia, e seus colegas também testaram as terapias de anticorpos monoclonais contra a variante do coronavírus descoberta na Grã-Bretanha. As terapias foram relatadas como tão eficazes quanto contra as versões anteriores do vírus.

Mas a variante na África do Sul era uma história diferente. A atividade do anticorpo monoclonal feito pela Eli Lilly, e um dos dois produzidos pela Regeneron, foi “completamente ou marcadamente abolida” quando testado contra a variante, descobriram o Dr. Ho e seus colegas.

Uma terceira variante identificada no Brasil compartilha muitas mutações com B.1.351 e deve se comportar de forma semelhante, disse o Dr. Ho.

Durante a semana passada, várias equipes de cientistas deram o alarme de que as vacinas Moderna e Pfizer-BioNTech parecem ser um pouco menos potentes contra a variante na África do Sul, embora ainda tenham neutralizado o vírus com sucesso . As vacinas foram tão eficazes contra a variante identificada na Grã-Bretanha quanto contra as formas anteriores do vírus.

O estudo do Dr. Ho confirmou essas descobertas. Ainda não foi revisado por pares para publicação e foi postado no servidor online BioRxiv.

A nova pesquisa não tem efeito imediato nos Estados Unidos, porque nenhuma dessas variantes está amplamente difundida no país, disse Ho. Apenas uma infecção com a variante do Brasil foi encontrada, em Minnesota, e nenhum caso da variante da África do Sul foi identificado.

Mas os Estados Unidos analisam poucas amostras virais para ter certeza absoluta de que as variantes ainda não estão circulando aqui, disse Ho.

No futuro, novas versões do vírus, incluindo algumas que evitam vacinas e anticorpos monoclonais, sem dúvida surgirão, acrescentou.

“Temos que esperar mais disso, porque muitas pessoas estão infectadas com esse vírus”, disse ele. “O vírus tem tantas chances de sofrer mutação”.

Da Redação O Estado Brasileiro
Fonte: NYT – Apoorva Mandavilli – repórter, com foco em ciência e saúde global. Ela é a vencedora de 2019 do Prêmio Victor Cohn de Excelência em Relatórios de Ciências Médicas. Mais