Maia fecha bloco de 11 partidos contra Lira

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Apesar de Lira ter “grudado” no PT e toda a esquerda, para se unir à candidatura Bolsonarista, Maia reforça a ofensiva e mostra superioridade de votos na próxima eleição para o novo presidente da Câmara dos Deputados.

Rodrigo Maia

O PT, maior bancada da Câmara, com 54 deputados, decidiu na noite de quinta-feira, apoiar um nome do grupo liderado pelo atual presidente da Casa. Em 2019, a sigla decidiu não apoiar o deputado do DEM na disputa, o que lhe custou cargos no comando do legislativo.

Maia disse que a tendência é o grupo definir um nome de centro-direita como candidato, mas não descartou a possibilidade de que ele saia, inclusive, do campo da esquerda. Os preferidos do presidente da Câmara são Baleia Rossi (MDB-SP) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

O Placar de 281 x 203

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou nesta sexta-feira, 18,  a entrada de cinco partidos de esquerda no bloco que formou para a disputa do comando da Casa, marcada para 1.º de fevereiro. Agora, seu grupo conta com 11 legendas, que somam 281 deputados, mais do que os 257 necessários para um candidato se eleger, contra Lira, que tem o apoio de dez partidos que somam 203 parlamentares.

“Este grupo que hoje se apresenta tem muitas diferenças, sim, porque, diferentemente daqueles que não suportam viver no marco das leis e das instituições e que não suportam o contraditório, nós fortalecemos nas divergências, no respeito na civilidade e nas regras do jogo democrático”.

Rodrigo Maia na tarde desta sexta-feira

O grupo de Maia é formado pelas bancadas de DEM, PSDB, MDB, PSL e Cidadania, ao centro e à direita, além de PT, PSB, PDT e PCdoB, PV e Rede, à esquerda. O PSOL deve lançar candidato próprio, porém, o apoio a Rodrigo Maia é garantido contra Lira, num segundo turno.

“Achamos que isso é fundamental. A composição do bloco não determina a adesão a uma candidatura que está sendo colocada, temos muito respeito pelo nosso colega Aguinaldo, também pelo Baleia Rossi, mas a oposição construirá um nome para apresentar ao bloco também como alternativa”, afirmou Gleisi Hoffmann, ao lado de Maia.

O PSL, a segunda maior bancada, com 53 deputados foi buscado por Lira nos últimos dias, mas fechou com Maia neste sábado.

Luciano Bivar, afirmou, neste sábado, que a legenda, que já abrigou Jair Bolsonaro e seus filhos, é “contra os radicalismos e intransigentes aos princípios.” “Temos uma pauta comum, que é o respeito as instituições deste país, que é o respeito a liberdade, a uma sociedade livre”, disse Bivar.

O presidente da Câmara acusou o governo de autoritarismo e, sem falar em Bolsonaro, citou Ulysses Guimarães, que presidiu a Casa em duas ocasiões: antes da ditadura militar, entre 1956 e 1958, e na redemocratização, entre 1985 e 1989. “Enquanto alguns buscam corroer e lutam para fechar nossas instituições, nós aqui lutamos para valorizá-las. Enquanto uns cultivam o sonho torpe do autoritarismo, nós fazemos a vigília da liberdade. Enquanto uns se encontram nas trevas, nós celebramos a luz”, disse. “Certamente, Ulysses Guimarães estaria deste lado aqui e talvez repetiria em alto e bom som: Eu tenho ódio e nojo das ditaduras.”

Da Redação O Estado Brasileiro
Fonte: Câmara dos Deputados / Estadão e UOL