Em mais uma das suas conhecidas bazófias, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira (7), que a Operação Lava-Jato acabou “porque não tem mais corrupção no governo”.
“Eu desconheço lobby para criar dificuldade e vender facilidade, não existe. É um orgulho, uma satisfação que eu tenho dizer a essa imprensa maravilhosa nossa que eu não quero acabar com a Lava-Jato. Eu acabei com a Lava-Jato porque não tem mais corrupção no governo. Eu sei que isso não é virtude, é obrigação”, declarou Bolsonaro, durante cerimônia de lançamento de medidas de desburocratização do setor aéreo.
“Essa imprensa que é muito importante para todos nós e que nós queremos a sua liberdade. Me acusam muitas vezes de ser autoritário, eu nunca propus o controle social da mídia, eu nunca propus projeto para combater fake news, se bem que eu sou quem mais sofre o que mais sofre com fake news”, completou o presidente da República.
A fala de Bolsonaro perpassa pela indicação do desembargador Kassio Nunes Marques para o Supremo Tribunal Federal (STF), na vaga que será aberta com a aposentadoria do decano Celso de Mello. Como se sabe, Kassio Marques é um garantista e isso significa que a Lava-Jato terá mais um adversário na Corte.
“Nós fazemos um governo de peito aberto. E quando indico qualquer pessoa para qualquer local eu sei que é uma pessoa boa tendo em vista a quantidade de críticas que ela recebe em grande parte da mídia”, disse o presidente.
O amadorismo de Bolsonaro como governante avança pelas raias do absurdo com a afirmação de que a competência de um indicado se mede a partir das críticas que ele recebe. Ou seja, o presidente avalia os escolhidos com a ajuda do “criticômetro”. Isso denota a forma irresponsável como o futuro do País está sendo decidido.
Em relação às notícias falsas (fake news), Bolsonaro não tem moral para tratar do assunto, pois o clã presidencial usa a mentira como ferramenta política para atacar adversários e desafetos, como se a atentar contra a reputação alheia fosse algo recepcionado pela legislação brasileira. Em qualquer país razoavelmente sério, o populismo barato e tosco de Bolsonaro já teria sido varrido de cena.
No tocante ao fato de a corrupção ter acabado, trata-se de mais um devaneio discursivo de Jair Bolsonaro. A declaração de que a Lava-Jato chegou ao fim pela ausência de escândalos de corrupção no âmbito do governo é mais uma tentativa tosca do presidente da República de ludibriar a opinião pública, já que o apoio do “Centrão” ao Palácio do Planalto não acontece à sombra do bom-mocismo. Que tiver dúvidas a respeito do tema que confira o histórico de cada integrante do bloco parlamentar.
Além disso, o UCHO.INFO desafia o presidente Jair Bolsonaro a abrir a “caixa preta” da mineração para provar de fato a inexistência de casos de corrupção no governo. Ao longo dos últimos anos, este portal tem denunciado escândalos de corrupção no setor de mineração, sendo que os protagonistas dos ilícitos agora estão em postos de destaque na estrutura governamental. Presidente, “alea jacta est”!
Ucho.Info
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Ucho Haddad
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