Cunha era 'um dos líderes' de célula criminosa em Furnas, diz Janot
A complicada situação de Eduardo Cunha leva a Procuradoria Geral da República a afirmar que ele era um dos chefes da célula criminosa investigada e torna difícil o PMDB, mesmo na presidência, mantê-lo imune às penas.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou no pedido de abertura de novo inquérito contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que o peemedebista é um dos líderes de célula criminosa em Furnas, segundo o site G1. O pedido foi feito com base na delação do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS), um dos delatores da Operação.
“Pode-se afirmar que a investigação cuja instauração ora se requer tem como objetivo preponderante obter provas relacionadas a uma das células que integra uma grande organização criminosa – especificamente no que toca a possíveis ilícitos praticados no âmbito da empresa Furnas. Essa célula tem como um dos seus líderes o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro”, diz Janot no pedido.
Janot pediu abertura de inquérito contra Cunha para investigar o suposto envolvimento do presidente da Câmara e do doleiro Lúcio Bolonha Funaro com desvio de dinheiro em contratos de Furnas. Cunha poderá ser investigado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O procurador-geral suspeita que Cunha tenha usado as medidas provisórias 396 e 450, entre 2007 e 2008, para favorecer os interesses dele e do amigo Funaro na venda de ações da companhia Energética Serra Carioca II para Furnas, em 2008. O negócio teria resultado em um prejuízo de R$ 73 milhões para a estatal, conforme revelou o GLOBO em janeiro de 2011.
Em janeiro de 1999, a Carioca II comprou um lote de ações do Grupo Gallway por R$ 6,9 milhões e, sete meses depois, repassou os papéis para Furnas por R$ 80 milhões, uma diferença de mais de R$ 73 milhões. Detalhe: um mês antes da compra das ações pela Carioca, Furnas registrara em ata renúncia ao direito de comprar as ações do Gallway. Ou seja, a estatal abriu caminho para a empresa privada e, depois, voltou ao negócio pagando um valor dez vezes maior que o preço original.
da Redação OEB
da Agência O Globo
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