Apesar do aparelhamento do Estado, não há como a Receita Federal recusar o pedido de investigação de dados e suas relações, sempre acompanhado pela Polícia Federal, completando as parcerias que resultam na rapidez e sigilo no andamento das operações.
Receita Federal trabalha de forma intensa e silenciosa na Lava Jato
Receita Federal abriu 484 investigações de pessoas e empresas.
Elas devem pagar mais de R$ 1,4 bilhão em tributos, multas e juros.
A Receita Federal está ajudando os investigadores a descobrir de onde partiu e para onde foi o dinheiro desviado na Petrobras. Com o que conseguiram até agora, vão cobrar mais de R$ 1 bilhão em multas e juros.
Muito antes dos carros da Polícia Federal ganharem as ruas, a Receita Federal já estava na Lava Jato, ao lado dos investigadores da polícia e do Ministério Público Federal, cruzando dados e fazendo análises. Era um mapa para achar o dinheiro desviado por meio de milhares de CPFs e CNPJs.
O trabalho mostrou como os operadores do esquema distribuíam o dinheiro da corrupção: de saques e entregas em espécie a pagamentos entre contas no exterior e o uso de consultorias falsas para receber propina. Faltava descobrir onde esse dinheiro estava escondido.
Para investigar o patrimônio dos suspeitos a Receita Federal desenvolveu um programa de computador que cria um gráfico da complexa teia de relacionamentos dos investigados na Lava Jato. Ele concentra em uma única base de dados todas as informações que os auditores fiscais precisam para selecionar os alvos suspeitos, mapear o caminho do dinheiro e identificar pessoas e empresas que foram usadas para esconder esses recursos desviados.
A Receita abriu 484 investigações de pessoas e empresas que devem pagar em tributos, multas e juros, mais de R$ 1,4 bilhão. Ainda é pouco porque a Lava Jato já identificou desvios da ordem de R$ 42 bilhões. Mas, esse valor deve subir bastante porque as primeiras investigações levaram à descoberta de fraudes em outros setores da economia além do petróleo, como energia, saneamento e transporte.
A Receita Federal também já fez 18 representações por crimes cometidos na área fiscal pelos investigados. Elas serão encaminhadas à força-tarefa da Lava Jato para completar as acusações contra essas pessoas. Mas o trabalho, apesar dos avanços, ainda está longe do fim.
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