Ciclovia de 45 milhões inaugurada há 3 meses desaba no Rio deixando ao menos 2 mortos
Somente depois de muitas investigações apresentarão um laudo. O processo, invariavelmente enfrentará blindagens que se tornaram “procedimentos normais”, como superfaturamento e utilização de materiais inadequados, além de cabides que colocam os apaniguados, sem levar em conta a especialização ou competência daqueles que deveriam ocupar cargos públicos de grande responsabilidade. O novo Brasil nos custará, ainda, muito ativismo, cobranças e apoios às Leis que devem ser mudadas, para que os procedimentos se tornem adequados, como nos países mais sérios.
Ciclovia de R$ 45 milhões desaba na zona sul do Rio e deixa ao menos dois mortos
Estrutura, inaugurada há três meses, foi danificada pelo mar; outras três pessoas teriam ficado feridas
RIO – Ao menos duas pessoas morreram no desabamento de um trecho da ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, inaugurada em janeiro. A estrutura foi levada pela ressaca do mar de São Conrado, na zona sul do Rio de Janeiro. Eduardo Marinho Albuquerque, de 53 anos, e um homem de 45 anos, cuja identidade não foi divulgada, foram as duas vítimas. Outras três pessoas teriam ficado feridas. O corpo de Albuquerque foi identificado por um cunhado no local, que não quis dar entrevista. Os dois corpos foram localizados no mar de São Conrado por bombeiros e ainda estão na areia.
O pedaço arrancado pela água tem mais de 50 metros. A ciclovia é suspensa e junto ao mar. Está interditada, assim como a Niemeyer. Técnicos da Prefeitura ainda vão avaliar se há risco de outros desabamentos na ciclovia.
No início da tarde desta quinta-feira, a ciclovia Tim Maia, em São Conrado, desabou no Rio de Janeiro
O Corpo de Bombeiros ainda realiza buscas por desaparecidos na região, com helicópteros e mergulhadores. Uma terceira vítima também teria sido atendida, segundo o Corpo de Bombeiros. Ainda não há confirmação do estado de saúde ou da identidade das vítimas.
Um dos corpos foi encontrado no local. O outro, ainda de acordo com o Corpo de Bombeiros, estava na praia de São Conrado. Estão no local os secretários municipais de Defesa Civil, Marcio Costa, e de Transportes, Rafael Picciani, além do ex-secretário de governo, Pedro Paulo. As autoridades, entretanto, ainda não falaram com a imprensa sobre o acidente.
A ciclovia custou R$ 44,7 milhões, tem 3,9 quilômetros, 2,5 metros de largura, vai do Leblon a São Conrado e foi inaugurada pelo prefeito Eduardo Paes no dia 17 de janeiro, que usou um triciclo elétrico. Na ocasião, ele declarou que a obra tinha “um efeito de integração incrível, já que juntou o bairro do Leblon e São Conrado”, e que tinha potencial para servir de trajeto para pessoas que utilizam bicicleta para ir trabalhar. “É a ciclovia mais bonita do mundo”, ele disse, referindo-se à vista livre para o mar. O trecho inaugurado foi o da primeira fase do Complexo Cicloviário Tim Maia, que irá até a Barra da Tijuca.
Falta de planejamento. O engenheiro Antonio Eulálio Pedrosa, conselheiro do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-RJ), acredita que o desabamento do trecho da ciclovia tenha sido motivado pela falta de planejamento adequado da obra. Em sua análise, tudo indica que não foi prevista a possibilidade de ressaca.
“Ela não estava preparada para esse impacto da onda. Não foi previsto no projeto. O cálculo foi correto, mas não se previu a força excepcional da onda, que levantou a estrutura”, avaliou Pedrosa.
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