Na enxugada de nomes pesados que surgem nas delações, a situação de Aécio Neves e Gilberto Kassab ficam bem mais complicadas. As provas serão apresentadas, segundo a Odebrecht, que atinge todos os partidos com força devastadora.
Claudio Melo Filho revela em sua proposta de delação os políticos por trás dos apelidos do departamento da propina da Odebrecht; PF já encontrou planilhas com pagamentos de R$ 15 milhões a ‘mineirinho’ e R$ 2,5 milhões para ‘kafta’
Embora não cite valores, no anexo encaminhado pelo ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho aos procuradores da Operação Lava Jato constam referências a pagamentos da empreiteira ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) e ao ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab (PSD-SP).
De acordo com o delator, Aécio seria identificado no sistema interno de pagamentos indevidos como “Mineirinho” e Kassab como “Kafta”, “segundo informado pela empresa”. Melo Filho, no entanto, diz não ter participado de tratativas com os dois.
As referências a “Mineirinho” e “Kafta” já haviam surgido anteriormente na Lava Jato. No pedido de busca e apreensão da Polícia Federal na 26.ª fase da operação, a Xepa, “Mineirinho” é apontado como destinatário de R$ 15 milhões entre 7 de outubro e 23 de dezembro de 2014. As entregas, registradas nas planilhas da secretária Maria Lúcia Tavares, do Setor de Operações Estruturadas – conhecido como o “departamento de propina” da Odebrecht – teriam sido feitas em Belo Horizonte, capital de Minas.
A quantia foi solicitada pelo diretor superintendente da Odebrecht Infraestrutura para Minas, Espírito Santo e Região Norte, Sérgio Neves, a Maria Lúcia, que fez delação e admitiu operar a “contabilidade paralela” da empresa a mando de seus superiores. O pedido foi intermediado por Fernando Migliaccio, ex-executivo da empreiteira que fazia o contato com Maria Lúcia e que foi preso na Suíça.
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