A Lava Jato reúne mais indícios contra Gleise – Delator transportou propina para sua campanha ao senado

Gleise ajudou a tumultuar a seção do senado nesta segunda (21) no julgamento do impeachment, tentando defender a permanência de Dilma, como se não lhe pesasse nenhuma acusação com provas. Janot deixou a Lava Jato de mãos atadas contra a senadora.
Até quando?

Ninguém consegue explicar a determinação do procurador que, de forma clara, mostra-se defensor de Gleise e seu marido Paulo Bernardo, fazendo crer que exista uma blindagem por motivos que, mais cedo ou mais tarde, certamente serão revelados.

Delator diz que transportou propina para campanha de Gleisi ao Senado

Advogado Antônio Carlos Fioravante Pieruccini fechou acordo com o MPF.
STF retirou o sigilo sobre o depoimento do delator, que já foi condenado.

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A senadora Gleisi Hoffmann discursa na tribuna do plenário do Senado (Foto: Geraldo Magela / Agência Senado)Senadora diz que não recebeu propina
(Foto: Geraldo Magela / Agência Senado)

Um réu já condenado pela Operação Lava Jato afirma que transportou R$ 1 milhão em propina, para entregar ao comitê de campanha da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), em 2010, quando ela concorreu à vaga ao Senado. O advogado Antônio Carlos Brasil Fioravante Pieruccini fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), levantou o sigilo sobre o depoimento em  que ele trata desse assunto.

Pieruccini reafirma a história que o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, já haviam contado aos investigadores da Lava Jato sobre o pagamento de propina para a campanha de Gleisi. Segundo os dois, também delatores, o repasse foi feito a pedido do marido da senadora, o ex-ministro Paulo Bernardo. A senadora e o marido são investigados no STF, devido à prerrogativa de foro dela. Os dois negam envolvimento no caso.

OPERAÇÃO LAVA JATO
PF investiga esquema de corrupção

No depoimento, Pieruccini detalha como ocorreu o pagamento da propina. Ele disse que pegou o dinheiro em várias parcelas. Todas foram entregues pelo próprio Youssef, em São Paulo, e trazidas de carro a Curitiba. O doleiro teria indicado ao advogado que a quantia deveria ser destinada a um homem chamado Ernesto.

Segundo Youssef, o empresário Ernesto Kluger Rodrigues foi quem teria lhe pedido a quantia para a campanha de Gleisi. O empresário teria dito que agia em nome de Paulo Bernardo. Assim como a senadora e o marido, Kluger também nega as informações. Ele diz ainda que sequer trabalhou para a campanha da senadora.

O depoimento de Pieruccini também consta no inquérito que investiga a senadora. Em março deste ano, a Polícia Federal disse ter encontrado indícios de que Gleisi e Paulo Bernardo podem ter cometido atos de corrupção. No entanto, no último dia 14, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, opinou ao STF contra o indiciamento do casal.

Para Janot, porém, os inquéritos criminais que tramitam no STF envolvendo autoridades públicas não comportam tal ato. “Alia-se à irrelevância jurídica do indiciamento sua inutilidade para qualquer outro fim que não seja o de estigmatizar o investigado”, diz o parecer.

da Redação OEB
com G1