A anulação da delação do executivo da Odebrecht é motivo de agitação em Brasília

Enquanto o “terrorismo” nas redes sociais é largamente compartilhado por desocupados desinformantes, a reação dos políticos de Brasília, tão esperada e natural, eleva a temperatura ambiente com a “Delação do fim do Mundo”. Reuniões, acordos, desespero… A pressão para sua anulação, já prevista, levará a Justiça ao limite da resistência.
O fato é que cabeças vão rolar. Uma multidão de políticos e empresários lotarão as instâncias judiciais e assistiremos o maior desespero coletivo da nossa história.
Os desinformantes espalham, nas redes sociais, que STF e Forças Armadas estão reunidos com o presidente. Como sempre, causando o desnecessário e irresponsável alvoroço com apenas mais essa “notícia” inventada.
O fato é que, após uma reunião com Eliseu Padilha e Moreira Franco, no Jaburu, Michel Temer partiu para jantar na casa de Rodrigo Maia. Oficialmente, os encontros pretendem afinar a pauta de interesse do governo no Congresso. Obviamente que a informação oficial não confere com a verdadeira.
O tema, certamente, seria: “Quem poderá nos salvar?”

O Presidente estaria indignado com vazamento de informações;
negociações com ex-presidente da OAS foram suspensas após
divulgação na imprensa

Aliados do presidente Michel Temer vão reforçar nesta semana as
críticas ao vazamento da delação do ex-executivo da Odebrecht
Cláudio Melo Filho. A estratégia é questionar a legalidade da
divulgação, o que, para deles, poderia comprometer a delação, assim
como ocorreu com o depoimento do ex-presidente da OAS Léo
Pinheiro. Com base nisso, o esforço é para tentar invalidar o
depoimento.

Um dos que vão defender essa tese é o presidente do PMDB e líder do governo no Congresso, Romero Jucá (PMDB-RR), citado, assim como Temer, pelo ex-diretor da Odebrecht.

Uma reunião de emergência no Palácio do Jaburu foi realizada na noite deste domingo, 11, com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o secretário de Programa de Parceria de Investimentos (PPI), Moreira Franco, também citados pelo ex-executivo.

Segundo interlocutores do presidente, apesar de “tranquilo”, Temer está “indignado” e afirmou que o depoimento ainda precisa ser homologado no Supremo Tribunal Federal.

O presidente Michel Temer se encontrou com o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) neste domingo, 11.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, anunciou, no sábado, uma investigação sobre o vazamento do anexo de delação premiada de Melo Filho. Janot foi o responsável por suspender a negociação com Léo Pinheiro, depois de vazamento à imprensa.

Votações

No Jaburu, na noite deste domingo, além de discutir os efeitos políticos das delações da Odebrecht, o presidente revisou a estratégia de votação de temas na área econômica que estão na pauta do Congresso. O objetivo do governo é reagir, nesta última semana de atividades no Legislativo, a mais uma crise política mostrando “trabalho”. Para isso, pretende demonstrar força garantindo a votação da chamada PEC do Teto e do Orçamento.

No atual cenário, o presidente continuará investindo em conversas com a base aliada e, principalmente, com os tucanos, que devem ficar com o comando da Secretaria de Governo, apesar do imbróglio envolvendo a possível nomeação do deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA), que chegou a ser dado como certo no cargo. A decisão, entretanto, foi suspensa por causa da pressão de parlamentares do Centrão (PSD, PP, PR, PTB entrou outros).

Temer recebeu neste domingo Imbassahy no Jaburu e o nome do deputado ainda segue como um dos mais cotados para cargo. Antes de bater o martelo, o presidente vai acertar nos próximos dias com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e com parlamentares do Centrão os últimos detalhes. Há a expectativa de que o nome seja anunciado ainda nesta semana.

Agenda

No Senado o foco será na terça, com a votação em segundo turno da PEC que limita os gastos públicos, medida considerada vital para o governo Temer. No mesmo dia, os parlamentares querem, em uma sessão do Congresso, votar o Orçamento e vetos.

Na Câmara, a Reforma da Previdência precisa ser aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). “A base do governo está ciente da responsabilidade que tem com o País”, disse o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE).

da Redação OEB
com Estadão conteúdo